Mudança de rotina 

Quando a gente se pega acostumado a uma rotina não tem o que facilmente nos faça sair dela. Não só a segurança de conhecer o que precisamos fazer, qual o cronograma indicado para isso, mas também a condição climática que melhor abarca e possibilita a atividade a ser executada. Por isso a mudança de horário é sempre um martírio. Hoje não poderia ser diferente. 

Quem ama o horário normal, quando se aproxima o horário de verão, sofre, se desespera, perde hora semanas a fio e se descabela para arregimentar as suas atividades segundo as novas condições de sol e a “perda” de uma preciosa horinha. Isso é todo ano, toda virada! 

Aquele sol extra após o expediente não ajuda em nada, só serve para queimar a cara na volta para casa e proporcionar um suadouro danado no horário de pico. Sem contar que, para quem precisa enfrentar o amanhecer, é ainda mais dolorido demorar a ver o dia raiar — acordar às escuras ainda que menos quente é chateação que nem sempre compensa. 

O horário normal também tem suas agruras. Às vezes custa a passar, noutras corre desenfreadamente atropelando os compromissos e os intervalos para respirar. Desgovernado, ele nos consome durante o dia e nos priva de uma luz reconfortante e animadora à noite. A escuridão nos engole acompanhada do cansaço, mesmo que consigo venha certo arrefecimento do calor. 

Pessoalmente, as horas de sol após a volta para a casa é uma bênção. Uma pessoa diurna sempre vai se beneficiar disso, sem dúvida, mesmo quando a luz do sol frita seus miolos no transporte público não climatizado. Chegar e cumprir demandas, executar tarefas e abraçar a agenda fica mais propício e tem suas vantagens mesmo quando se sai de casa antes de ver o primeiro raio do dia. A volta para o horário normal é onde mora o sofrimento. 

Porém essa discussão é um cabo de guerra sem fim. Indiferente às pessoalidades, o horário sempre vai trazer a cada momento felicidades ou tristezas, mas ele não tem grandes poderes quanto a isso além dos que permitimos que ele tenha. Ou seja, temos de enfrentá-lo organizar nossa rotina a despeito do horário no qual a inserimos e seguir calmamente nossas necessidades diárias. Que a falta do sol da noite não seja sinônimo de falta de ânimo no dia.

 

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