Porque alguma coisa é melhor que coisa alguma

Porque um editor exigente vive dentro de mim, eu escrevo este texto. Porque ele vive dentro de mim, é formado por toda a ranzinzice que possa existir. Porque é exigente e se desaponta imensamente fácil, entrego dessa vez ao menos um pequeno trecho.

Porque quarta-feira passada, diferente das recordes duas anteriores, as atribulações levaram-me a não entregar a ele o mísero dos textos que se pudesse concatenar na hora. Neste dia, porque escrevera a notória marca de dez páginas no projeto de conclusão da graduação, concluíra que não seria de perda alguma deixar de cumprir a recorrente exigência que este editor próprio se autoimpôs.

Porque outra vez isso ia acontecer hoje — porém sem a marca das dez páginas, o que me entristece —, ele me perguntou por que seria tão dispendioso gastar uns curtos minutos para escrever alguma coisa para ilustrar esta página. Porque sei bem que esses soluços vão virando completas crises até um total coma de postagens, esse texto de porquês foi gerado rapidinho.

Porque eu sei que agradar esse editor interior, muito mais que cumprir prazos limites apertados em meio a atribulações, se dá por meio das pequenas conquistas, me libertei das buscas por um grande tema. Aí só restou mesmo, de maneira bem apologética de me retratar, esse mar de porquês sem nenhuma causa ou explicação.

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