Refúgio no maravilhamento

É impressionante como o trabalho artístico funciona. Não é à toa qualquer relação com magia que possam fazer: criar algo, por mínimo que seja, transportando uma ideia para uma concretude estética, é divino.

De um desenho que se faz quando se está ao telefone ao mais minucioso projeto de vida de uma pessoa, tudo está impregnado de uma certa experiência única. Isso porque, apesar de qualquer demérito que se dê ao que foi feito, foi fruto de uma orquestração de impulsos capazes de realizar uma mudança revolucionária na existência inerte que se modifica.

Eu sempre fico impressionado com a forma que surgem as ideias. De como referências são mescladas e tomam, em nossos cérebros, novas formas de infindáveis possibilidades que podem se transformar em arte — qualquer seja seu tipo, qualquer o teor de sua notoriedade ou banalidade; ela vem de dentro e exige o melhor (e também o pior) de nós para trilhar seu caminho afora.

O nosso cérebro prepara sempre um refúgio, uma arma ou uma estratégia nova sempre que confrontado com uma adversidade. Além disso, também possibilita essa ação mágica que atua em circunstâncias misteriosas, que pode ser cada uma dessas coisas, cerzindo nossa presença na sociedade.

Ultimamente o que mais tenho desejado é não perder esse maravilhamento. Os impulsos criativos que possibilitam o vislumbre de novas saídas, de novos fôlegos e um recanto para o qual se possa sempre se dirigir em necessidade. Que a criatividade seja sempre um arrimo, e instrumento de ação.

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