Ainda dá tempo de criar metas pra não cumprir?

Apesar de esse ano eu ter resolvido que não ia criar metas porque metas geram expectativas que são frustradas gerando angústias que causam crises que me levam a me perguntar por que de tudo isso e querer chorar — aqui estamos. Eu sei que essa vida é minha festa e eu posso chorar se eu quiser, não quero quero essa sensação pra mim porém, e não queria me frustrar com metas.

O grande problema de metas pra mim nem é frustração de não conseguir ir riscando coisas feitas de uma lista, ou me sentir um grande bosta por não ter feito nada, mas sim não ter vivida aquela experiência planejada. Como eu sou uma pessoa imaginativa — pensemos que o problema mora aí —, eu imagino como será a sensação pós, por exemplo, ler aqueles 50 livros maravilhoso durante 365 — ou 366, como em 2016 — dias de um ano. Cada palavra sorvida, os deliciosos momentos recostado apenas me envolvendo em histórias e vivendo uma vida de sonhos — porque quem não gostaria de ficar assim lendo todo dia?

Nisso que eu fico angustiado. Não é aquela angústia de processo que acomete qualquer pessoa que tem uma tarefa e em vez de executá-la fica vendo série na Netflix. Não me sinto assim durante a “não leitura” — não realização de tarefa diversa — mas após parar pra ver que não a realizei. Aí eu penso nos grandes nadas que eu fiz, penso que não consigo fazer nada na vida, nem fazer aquilo que está fácil; então imagina viajar, ser bem sucedido e ganhar dinheiro pra pagar a própria internet e a ração do gato?

Assim funciona o meu cérebro. Ele entra nesse estágio de autorretroalimentação do passado de tempos em tempos para essas análises loucas do que se desejava ser feito e do que realmente se fez.

Nesse ano eu resolvi que não vou fazer listinhas e essas metas, principalmente mais numéricas, pra eu cumprir. Vou fazer uma coisa tipo "O segredo" e imaginar um frame ou um objeto que meio que represente aquilo que quero fazer/que aconteça. Quem sabe assim eu não supere esse processo e realize mais coisas pensando não no tanto que ter aquilo na hora é tudo que preciso, quero, ambiciono, me dá meu Deus, mais sim em como aquilo é apenas uma figura de algo que me motiva, tendo claro que colocar em prática/transformar no real aquilo que temos em mente não é possível em todos os seus detalhes.

Uma dessas figuras é ter um blog bem recheado de posts, mesmo que aleatórios assim e meio que escritos assim na simplicidade de um fluxo de ideias que num elaborado desejo culto de comentar um fato ou livro. Colei a essa figura a cifra da manutenção do blog, talvez dessa vez me ajude a tomar consciência e parar alguns instantes para trocar esse valor por palavras postadas. [Como este post tá saindo em fevereiro, já tá bem é claro que nem isso tá servindo de ajuda.]

Esse espaço terá um teor mais pessoal doravante, principalmente porque nunca foi vantagem nenhuma manter o blog estritamente para resenhas e coisas livrescas uma vez que nunca houve conteúdo suficiente para preenchê-lo com regularidade. Então, tenha em mente que agora eu abri meu crânio com a espátula de manteiga e agora estarei mostrando o que há dentro dele — imagina só a bagunça! Fica aqui, agora, uma representação de como andam essas imagens mentais para 2016 já em fevereiro

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